O clima era de expectativa em uma fila de jovens as portas
da Capela Ecumênica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a UERJ. Não,
não se tratava apenas de uma simples palestra universitária ou aula inaugural
de algum curso. Para as pessoas ali reunidas, era uma oportunidade única e rara
de ver um ídolo de perto: Nobuhiro Watsuki-sensei, o mangaká e autor de célebre
série "Rurounin Kenshin", mais conhecida nas terras brasileiras como “Samurai X”. Famoso na década de 90, o anime de sucesso de público foi exibido no Brasil em
1999 até meados do ano 2000. O mangá foi publicado no país pela
editora JBC, passando por uma reimpressão mais recentemente.
As portas da capela
foram abertas às 13h30mim e a palestra foi iniciada às 14h, pontualmente. Infelizmente, fotos foram proibidas ao público. Uma breve
introdução foi feita por representantes do consulado do Japão e Nobuhiro Watsuki
entrou no palco acompanhado por sua esposa e roteirista Kaoru Kurosaki, ambos
vestindo roupas tradicionais japonesas. Ele, vestia um kimono preto, junto com
sua costumeira bandana escura sobre a cabeça e ela vestia um lindo furisode branco com estampa de flores
lilás. Após o casal ser ovacionado pelos fãs e sentarem à mesa, o coral Izami, formado por estudantes de
Letras/Japonês, cantou Brasileirinho, uma música típica japonesa e, para a
animação da plateia e dos ilustres convidados, o tema da terceira temporada de
Samurai X, a música Kimi ni Fureru da Kede.
Com a ajuda de sua tradutora, Watsuki-sensei agradeceu o
carinho dos fãs, seguido por sua esposa, que já tinha vindo ao Brasil no ano
passado, tendo inclusive, morado durante um período de sua infância no país,
cidade de São Paulo. A apresentação contava com os slides, mostrando um breve
perfil do autor e de Kurosaki, fotos da sua mesa de trabalho, da sala de
reuniões, a sala de estar e suas prateleiras repletas de actions fugures. Em seguida, Watsuki explicou com detalhes o processo de
criação do mangá e falou também sobre as inspirações para a história de
Rurounin Kenshin, auxiliado pela sua roteirista, Kurosaki-sensei.
Teve início uma inteiração com os fãs, em um quiz em que Watsuki apresentou desenhos de sua autoria de personalidades históricas da história do Japão e a plateia tinha que adivinhar seus respectivos nomes. Os admiradores de Samurai X mostraram que estavam afiados em relação a história, acertando o nome de todos os personagens.
Em seguida, a apresentação abriu para perguntas dos fãs. Apesar de alguns problemas com os microfones, muitas pessoas conseguiram fazer perguntas ao sensei. Uma das perguntas foi porque a escolha da Era Meiji como pano de fundo da trama de Rurounin Kenshin e Watsuki respondeu que foi a época em que os samurais estavam em decadência, onde suas grandezas e valores foram praticamente erradicados.
A repórter estava entre essas pessoas e perguntou a sensei porque ele criou uma série cujo protagonista era um monarquista e não um guerreiro do Shinsengumi, grupo em que Watsuki dizia em seus comentários que eram os seus prediletos na história japonesa. O autor respondeu que embora admirasse bastante os Lobos de Mibu, como também eram conhecidos, eles foram o lado perdedor da guerra, “O Belo da Derrota”, portanto não cairia bem em um mangá shounen, gênero votado para o publico jovem.
Teve início uma inteiração com os fãs, em um quiz em que Watsuki apresentou desenhos de sua autoria de personalidades históricas da história do Japão e a plateia tinha que adivinhar seus respectivos nomes. Os admiradores de Samurai X mostraram que estavam afiados em relação a história, acertando o nome de todos os personagens.
Em seguida, a apresentação abriu para perguntas dos fãs. Apesar de alguns problemas com os microfones, muitas pessoas conseguiram fazer perguntas ao sensei. Uma das perguntas foi porque a escolha da Era Meiji como pano de fundo da trama de Rurounin Kenshin e Watsuki respondeu que foi a época em que os samurais estavam em decadência, onde suas grandezas e valores foram praticamente erradicados.
A repórter estava entre essas pessoas e perguntou a sensei porque ele criou uma série cujo protagonista era um monarquista e não um guerreiro do Shinsengumi, grupo em que Watsuki dizia em seus comentários que eram os seus prediletos na história japonesa. O autor respondeu que embora admirasse bastante os Lobos de Mibu, como também eram conhecidos, eles foram o lado perdedor da guerra, “O Belo da Derrota”, portanto não cairia bem em um mangá shounen, gênero votado para o publico jovem.
No fechamento da palestra, Watsuki recebeu de presente
alguns mangás e desenhos feitos por autores brasileiros independentes e sorteou
alguns brindes para os fãs, que haviam recebido senhas logo no inicio da
apresentação. Ao encerrar, o autor de Samurai X agradeceu ao carinho dos fãs e
com os presentes em suas mãos, disse esperar um dia ler em sua casa no Japão
mangás publicados por brasileiros, recebendo uma ovação emocionada da plateia.
Kurosaki-sensei também agradeceu a recepção dos brasileiros, feliz por ter
cumprido sua promessa de trazer o marido para o Brasil. Após o encerramento, a
100 primeiras pessoas da fila receberam um cartão em que podiam receber
autógrafos de Watsuki e Kurosaki, em um salão interno abaixo da capela.
A visita de Nobuhiro Watsuki emocionou profundamente os fãs cariocas, que aguardam ansiosamente a visita de mais mangakás famosos do Japão.
Beijos
Tainá Oliveira